20/09/2010

proposta de currículo para o ensino fundamental


SEGUNDO ano: SENSIBILIZAÇÃO (definir valores, moralidade e ética);

TERCEIRO ano: MITOLOGIA (ter acesso as diferentes histórias que os povos criaram para explicar o que existe);

QUARTO ano: CIÊNCIAS (desmistificar os mitos: investigação e análise racional, evidências reais).

QUINTO ano: Incitação à FILOSOFIA (Cosmogonias até Sócrates)

7 comentários:

  1. "Gostei dos três primeiros, ainda que me tenha ficado meio vaga a noção de moralidade, seria pra eles não se morderem se baterem etc? Domesticá-los minimamente primeiro para tentar depois mantê-los sentados em cadeiras prestando atenção e participando? se fôr isso, pra mim faz sentido. Não entendi o quarto, por que esse período histórico? Seria realmente necessário determinar essa etapa assim historicamente? Elas poderiam ser incitadas por idéias que permeiam toda a história da filosofia sem ser necessário citar nomes, por exemplo; questões fundamentais, que, independente de quem foi que as pensou, podem tocar em qualquer um quer for gente, basta ser gente, e as crianças são gente, ainda que uma especiezinha de gente ainda louca demais, não domesticada."

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  2. Olá amigo: respondendo suas questões e aberto para outras:
    Exatamente: é uma moralidade pública (como fazer fila, com escutar, como e o que falar, ... enfim... adestramento)
    O programa funciona assim: os alunos estudam a EVOLUÇÃO DO HOMEM, desde os primeiros hominídeos, no caso o homo ergaster até o limite do homem histórico.
    Num segundo momento nos aprofundamos nas características dos homo sapiens, entramos no conceito e significação do que é CULTURA. Explica-se como os homens concebiam o mundo através do MITO, as desvantagens do mito enquanto saber e a necessidade de explicação racional do que é o mundo. Percorremos as explicações dos pré-socráticos “do que é feito o mundo” de Tale até Parmênides. Terminamos, no quinto ano, com SÓCRATES, seu método e biografia.
    Foi escolhido o período histórico por que as questões feitas pelos pensadores são muito próximas das questões das crianças. É interessante mostrar, a partir deles, o que os movia, o que os tornavam “filósofos”. É uma das formas, obviamente tratamos assuntos em sala que permeiam toda a filosofia, assuntos que exigem reflexão para serem respondidas, porém seguindo trajeto, os pequenos se identificam mais, então dizer que o filósofo quer estar próximo do saber fica mais coerente para eles do que trabalhar a etimologia da palavra e induzir os alunos a refletirem. Essa abordagem difere do que pensam muitos pedagogos e professores que vêm a filosofia com um instrumento para o aluno aprender a pensar, não acredito nisso, a filosofia é uma saga e um conhecimento a parte. A partir do momento que as crianças percebem que podem compreender o que os filósofos perceberam, e melhor, que eles têm questionamentos melhores fica instituído um principio filosófico.

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  3. Houve pontos na sua resposta que não entendi muito bem:
    1. Pode mesmo haver uma semelhança entre os questionamentos dos pensadores originários e as crianças, mas pra eu entender, é um ano todo de pré-socráticos? qual é a carga horária semanal? Como é possível fazer isso?

    2. Não entendi essa frase: "então dizer que o filósofo quer estar próximo do saber fica mais coerente para eles do que trabalhar a etimologia da palavra e induzir os alunos a refletirem". Como assim dizer que o filósofo quer estar próximo ao saber? de modo que a outra possibilidade fosse incompatível com ela? Não entendi porque não fazer os alunos refletirem. É porque voce sabe que não funciona ou é porque voce pensa que não deve ser assim? Se é por causa da segunda, por que?

    3. Queria saber se você não acredita que a filosofia deva ser um instrumento para se aprender a viver? Pois vida abrange o pensar, no nosso caso ao menos, humanos. Assim, o que você quer dizer comm "uma saga a parte"?;

    4. Não entendi o último período da sua resposta, pois o que é um princípio filosófico?

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  4. por que no meu aparece "pesquisador"?!

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  5. 1. A dinâmica funciona assim: realizamos várias intervenções paralelas aos estudos em sala, por exemplo: durante o segundo bimestre construímos uma animação em stop motion. Os roteiros foram pensados tendo por base o eixo Incitação à Filosofia (tema: concepção filosófica de Tales de Mileto). Um grupo de alunos realizou um anime abordando a importância de preservar as nascentes dos rios, no anime estará presente a discussão prévia do que moveu Tales a conceber a água como a substância única de todas as coisas, mas também está presente uma discussão sobre consciência ecológica que foi trabalhada pela professora de sala na aula de ciências. Durante todo ano o pano de fundo estará pautado no eixo temático 4: Incitação à Filosofia; que dentre vários assuntos trata dos pré-socráticos, que são tratados de forma dinâmica para não tornar o assunto maçante. A carga horária semanal é de 55 minutos, por não ser necessário fazer chamada nem corrigir avaliação (que é feito pelo professor de sala) se torna um tempo bem aproveitado.

    2. Primeiro: é comum os livros trazerem a seguinte informação: “Filo=amigo + Sofia=saber, logo filosofia significa: amigo do saber. O simbolo da filosofia é a Coruja. Nossa função é ser amigo do saber.” Para a criança dizer isso e nada é a mesma coisa: “como ser amigo do saber?” Ela tem uma concepção muito simplista do que significa amizade e não relaciona a “amizade ao saber” com a capacidade intelectual. Outra bem diferente é mostrar que a inquietação dos filósofos é a mesma que elas têm, então é mais fácil mostrar o que o filósofo faz e como ele pensa do que explicar o que significa filosofia. As crianças refletem sim. Mas isso está longe de ser filosofia. Eles são capazes de operacionalizar o conhecimento, produzir dúvidas, mas não são capazes de compreender paradoxos (essência do conhecimento filosófico). Em aula é possível induzir a criança a compreender que uma pergunta tem várias respostas, porém ela não compreende que nenhuma resposta responde a pergunta, ou que a pergunta não tem resposta e isso deve ser assim. Eles simplesmente não são capazes do pensamento abstrato. (SALVO ALGUMAS ALMAS EVIDENTE) o que se faz é disseminar uma “semente filosófica” que, esperasse, germine um dia.

    3. Claro que para se filosofar se utilizar de um instrumental lógico muito eficiente, sem o qual não é possível chegar ao “insight” que a filosofia induz. Na escola o que conta é esse instrumental (que pode ser ensinado pela ciência também) pois ele auxilia a criança a “pensar mais eficazmente” (traduzindo: ler e escrever melhor). Porém a filosofia, como você sabe, não se resume a operacionalizar a vida ou a um mero instrumento, ela pode revolucionar nossa percepção da realidade e nos permitir enxergar coisas que um simples pensamento exato não é capaz, ela nos permite enxergar através e além da lógica e, por tanto não se resume a ela, ela nos permite sonhar e isso é uma história a parte.

    4. Ficou mal construído o texto, o princípio que eu comentei é essa semente que, germinada, pode se enraizar na criança e fazer ela paradoxar a realidade que vive.

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  6. Daniel, gostaria que você explicasse mais o que você tem em mente quando afirma que "a essência do conhecimento filosófico" é o paradoxo. (William Wolf)

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  7. filosofia animada disse: ...o paradoxo seria a capacidade de de entender duas coisas ocupando o mesmo lugar. a filosofia em forma de contemplação seria o caminho para o paradoxo...

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